Até hoje nenhuma manifestação paranormal foi provada cientificamente, ou seja, por enquanto tais “poderes” estão apenas nos contos de fada.
Todas as alegações de fenômenos paranormais têm algo em comum: entre duas hipóteses que explicam igualmente os fatos "paranormais" observados, uma baseada em conhecimento bem fundamentado pela ciência e outra envolvendo seres de outros planetas, espíritos, anjos, demônios, magia, campos de energia misteriosos, ou simplesmente forças físicas desconhecidas, muitos preferem a segunda, mais "complicada", do que a primeira, mais "simples".
Um exemplo (dos mais pitorescos): Muitos querem crer que os círculos nas plantações inglesas (crop circles) têm sido feitos por alienígenas interessados em se comunicar conosco. Em 2001 foi encontrado na Inglaterra um círculo que reproduzia a mensagem enviada pelo radioteléscópio de Arecibo ao espaço em 1974 como parte do programa SETI (Search for Extraterrestrian Intelligence). A mensagem reproduzida no círculo era idêntica à original, exceto que os dados relativos à raça humana, como o DNA e uma figura humana, tinham sido trocados por dados e uma figura supostamente alienígenas. Enquanto os ufólogos ficaram exultantes, os cientistas do programa SETI disseram que o tempo necessário para que o sinal enviado em 1974 chegasse à estrela mais próxima (na direção em que o sinal foi enviado) mais o tempo que uma suposta raça inteligente levaria para vir desta estrela até a Terra seria muito maior do que o tempo decorrido desde a transmissão. Ou seja, mesmo que exista uma raça extraterrestre inteligente (o que é justamente o que quer descobrir o projeto SETI), ainda é cedo para que respondam a transmissão iniciada em 74. Seria mais fácil, disseram os cientistas, aceitar o fato de que aquele círculo, como outros, havia sido feito por pessoas em busca de aventura ou reconhecimento. Mas então os ufólogos replicaram dizendo que isto é apenas uma prova de que os alienígenas já estão entre nós há muito mais tempo do que supomos, provavelmente desde o início da vida humana. Bem, isso não é realmente um impedimento lógico, mas vemos que se aceitamos a hipótese dos aliens, somos obrigados também a incorporar o fato de que eles existem entre nós e que podem estar disfarçados como nossos vizinhos (ou isso, ou reformulamos as leis da física para que seja possível viajar numa velocidade maior do que a da luz). Mais adiante quando confrontados com a dificuldade de que, dada a diversidade que a vida pode assumir, seria uma coincidência incrível que estes aliens se parecessem com a figura humanóide retratada no círculo, os ufólogos responderam que uma raça suficientemente avançada para viajar pelo espaço, e que já se encontra na Terra há milhares de anos, certamente dominaria a engenharia genética necessária para alterar conforme seu desejo a vida local (nós). Resumindo: empurrados pela lógica através do tortuoso pensamento ufológico, a "hipótese alien" nos deixou nas mãos, não apenas alienígenas casuais, mas alienígenas vivendo entre nós, que alteraram geneticamente a vida na Terra para que nos desenvolvessemos à sua imagem e semelhança, e que a despeito de tanta tecnologia e disposição se comunicam com a raça humana através de códigos em plantações.
Eis o problema em se ser pródigo em pressupostos e ir além do estritamente científico.